quarta-feira, 13 de janeiro de 2016

Qual a sua real motivação?

Filhos. Salário. Vida melhor. Sossego. Carreira. Deus. Esses são alguns dos argumentos utilizados para pessoas tomarem decisões na vida, muitas delas cruciais e cheias de desdobramentos. Mas, serão mesmo os verdadeiros argumentos? A mudança para uma cidade do interior é, de fato, explicada pela busca de uma melhor qualidade de vida ou são resquícios de uma vontade interior enorme de quem foi criado em um sítio e, lá no fundo, ama a vida rural? Morar mais perto do trabalho é apenas justificado pela questão do trânsito ou para manter um status quo e poder dizer aos colegas de trabalho que mora em uma região mais valorizada e cara? Colocar os filhos em um colégio mais caro é, de fato, um investimento em melhores estudos ou uma questão de competir com os demais amigos cujos filhos estudam nos colégios mais caros da cidade?

Perguntas assim, quando respondidas com honestidade, revelam as reais motivações de uma pessoa, que nem sempre são tão boas ou sábias e, portanto, vêm embrulhadas em boas intenções ou melhores escolhas. Vamos tirar nossas escolhas desses embrulhos e apresentar nossas reais motivações? Como você se sente ao encarar a verdade dos fatos e perceber que algumas de suas motivações são egoístas, baseadas em futilidades ou fruto de uma disputa pelo poder ou dinheiro?

As reais motivações de uma pessoa são a força para a tomada de decisões e, lá no fim, elas é que sustentarão a decisão tomada e todas as suas consequências. Alguns pais não pagariam o colégio de seus filhos com tanta felicidade se não pudessem compensar a mensalidade caríssima com a expressão de alegria ao dizerem aos vizinhos que têm dinheiro para colocar os filhos na escola mais cara do bairro ou da cidade.


A questão da educação fica em segundo plano, ela não é a motivação maior. Parece loucura, mas algumas das motivações reais de decisões sérias são tolas ou absurdas, e quando encaradas pela verdade dos fatos, mostram-se inviáveis ou injustificáveis. Traumas de infância, ganância e outras motivações nunca poderiam ser o critério de uma decisão, porém, em alguns casos, são. Mas, travestidas de boas motivações e intensões, elas vão se perpetuando e atraindo ruína para muita gente, para não dizer a maioria das pessoas.

A motivação certa é aquela que combina com o bom senso, com a verdade dos fatos e com a real situação da pessoa. Ela deverá refletir valores sadios e de integridade. Deverá ser justa e moralmente correta. Precisa respeitar a fé e os valores que a pessoa professa. Uma motivação não pode nos causar vergonha a ponto de termos de disfarçá-la. Se vai prejudicar pessoas, deve ser repensada e, possivelmente, abandonada. Se promoverá um caos emocional para a pessoa e para os que estão próximos, por certo, não é boa o bastante para servir de critério de decisão.

Enfim, devemos repensar e refletir sobre nossas intenções e motivações. E, com coragem - após essa reflexão –, nos manter firmes no que decidirmos ou mudarmos enquanto ainda há tempo, afinal, o pior, em todo o processo decisório da vida, é manter-se no erro e enganar a si mesmo e aos outros.


Autor: Guilherme Gimenez
Técnico em Administração de Empresas, bacharel em Teologia, Mestre em Ciências da Religião e Doutor em Teologia. Formado em Liderança Avançada e MBA em Gestão de Projetos.

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